O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje (24) que os
programas sociais na área de energia elétrica não serão interrompidos,
mesmo com a redução média de 20% nas tarifas para os consumidores. Ele
explicou que os programas que eram subsidiados com recursos provenientes
da tarifa de energia elétrica, por meio da Conta de Desenvolvimento
Energético (CDE), passarão a ser custeados pelo governo. Para isso, o
Tesouro Nacional irá antecipar recursos da dívida que a hidrelétrica de Itaipu tem com a União, que somam cerca de US$ 15 bilhões até 2023, segundo o ministro.
“O contribuinte não vai pagar na conta de luz esses encargos que são
sociais, que são de responsabilidade do governo. Então, cabe ao Tesouro
Nacional arcar, que localizou na fonte de Itaipu uma opção”, explicou
Lobão.
O impacto da redução das contas de luz nos cofres do Tesouro
Nacional este ano será de R$ 8,46 bilhões, valor que será depositado na
CDE para compensar a redução das tarifas. O valor do aporte previsto
inicialmente era de R$ 3,3 bilhões, mas teve que ser revisto porque
algumas empresas não aderiram à prorrogação dos contratos promovida pelo
governo. Quando a concessão dessas usinas for encerrada, em 2015, o
aporte de recursos poderá ser reduzido novamente.
“Esses recursos são créditos que o Tesouro tem de Itaipu. A medida
provisória permitiu que o Tesouro pudesse lançar mão de créditos futuros
para utilizar agora. Então, o Tesouro ganhou uma gestão maior desses
recursos, ele pode vender esses créditos que vai ter no futuro e alocar
na conta da CDE”, explicou o diretor da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), Nelson Hübner.
Ontem (23), a presidenta Dilma Rousseff anunciou um corte de 18%
para a energia residencial e até 32% para as indústrias, agricultura,
comércio e serviços. O corte é maior do que o anunciado em setembro do
ano passado. Para Lobão, esse é um “fato histórico” e só será possível
porque o país tem um setor elétrico robusto e regulado.
O ministro ressaltou que a redução média de 20% no preço da energia
elétrica é “estrutural, e não conjuntural”. “Se todos os brasileiros
pagassem uma conta de R$ 100 de energia elétrica, por exemplo, estamos
reduzindo essa conta para R$ 80. Daqui para frente, toda elevação que
vier será calculada sobre R$ 80 e não sobre R$ 100”, exemplificou Lobão.
Hübner também explicou que toda a energia consumida a partir de hoje
já vai ser calculada de acordo com as novas tarifas. Mas, segundo ele,
as datas de leitura da energia são diferenciadas para cada consumidor.
“Uma conta de energia que vence no dia 26, por exemplo, só terá impacto
na conta de fevereiro. Se a leitura é feita em fevereiro, terá uma parte
com a tarifa média, o impacto não será total”.
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