Crítico ao Senado, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) se manisfestou pela primeira vez sobre a eleição para a presidência da Casa. Ele fez sugestões ao manifesto "Uma nova presidência e um novo rumo para o Senado", elaborado por um grupo de dissidentes contrários à candidatura de Renan Calheiros (PMDB). Jarbas enviou uma mensagem para o colega Cristovam Buarque (PDT), um dos autores e signatários do documento.
O senador pernambucano fez algumas ponderações e contribuições ao documento. A primeira delas em relação às medidas provisórias. Para Jarbas, não basta apenas definir as votações das MPs, mas impedir a aprovação dos chamados enxertos, normalmente oriundos da Câmara dos Deputados, nos textos das medidas. "É inadmissível que isso continue a ocorrer", pontua o senador peemedebista.

Em seguida, Jarbas sugere que os dissidentes façam o registro da "degradação" da Casa. Essa é uma crítica feita pelo senador há alguns anos. "A sequência de escândalos, os desacertos políticos e a má administração  levaram ao chão a imagem combalida da instituição", afirma. O senador acrescenta: "O plenário do Senado - para minha indignação - tem funcionado pior do que a mais esculhambada câmara municipal do país".

No documento enviado a Cristovam Buarque, Jarbas Vasconcelos também faz críticas ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Ao falar sobre as discussões geradas pela eleição da mesa diretora, disse que os colegas não se preocupam com o que realmente interessa aos cidadãos e cidadãs. "O que resta, infelizmente, é apenas uma rasteira briga política por espaços de poder, sem conteúdo e nem compromissos – via de regra, comandada pelo senador José Sarney", diz.

Memória

Jarbas Vasconcelos ao lado de Pedro Simon (PMDB) chegaram a ser cotados para concorrer à presidência do Senado contra Renan Calheiros, candidato do Palácio do Planalto ao cargo. Apesar de ser do mesmo partido de Renan, os dois fazem parte de um grupo peemedebista considerado independente, que faz oposição ao governo Dilma Rousseff, e principalmente que defende uma reestruturação na Casa, visando a recuperação do prestígio perdido nos últimos anos. 

Parte dos senadores acreditava que a candidatura de Jarbas, por seus posicionamentos, poderia atrair os insatisfeitos com o nome de Renan. O próprio senador pernambucano recebeu colegas em seu apartamento de Brasília para discutir o assunto. O movimento contra Renan, no entanto, não prosperou. Houve um consenso entre Jarbas e Simon de que, se fosse para ser um nome do PMDB, deveria ser alguém próximo ao governo, como Luiz Henrique ou Ricardo Ferraço, para que a mobilização não fosse interpretada como algo contra o governo.

A dissidência, no momento, vai decidir entre os nomes do senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) ou de Pedro Taques (PDT-MT), para concorrer contra Renan. O segundo tem mais força. Jarbas já declarou apoio a Taques.

Com informações da assessoria do senador Jarbas Vasconcelos