Fernando Angelim é o tipo de figura pública que, ao que parece, não sabe brincar de “político decorativo”. Enquanto muitos preferem o conforto macio do silêncio e a elegância de não ver nada, ele insiste em fazer o imperdoável: pensar. Pior ainda, tomar decisões de forma consciente. Um escândalo, convenhamos.
Mas, como a política é uma novela sem fim, há quem ache que ele deveria seguir o roteiro clássico: ser omisso, sorrir para as câmeras e fingir que a transparência é uma virtude apenas para discursos de campanha. Afinal, se um governo está “correndo direitinho” — como juram seus defensores — por que cargas d’água prestar contas? O que poderia haver de tão perigoso dentro de um simples relatório financeiro? Talvez um dragão? Talvez nada. Ou talvez… justamente aquilo que não deveria aparecer.
E aí, Fernando, que ousadia é essa? Esperar que governantes apresentem as contas, como manda a lei, é de uma rebeldia quase poética. Mas cuidado: num país em que a verdade é tratada como inconveniência e a omissão é valorizada como “prudência”, quem exige clareza corre o risco de ser acusado… de estar vendo demais.
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