Motoristas de aplicativo de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, realizam uma mobilização nesta sexta-feira (10) em protesto contra as novas exigências impostas pela Autarquia Municipal de Mobilidade (AMMPLA). O ato está marcado para acontecer no pátio Ana das Carrancas, e deve reunir dezenas de trabalhadores insatisfeitos com o que consideram um processo de cadastramento caro, burocrático e inviável.

Burocracia e custos elevados

Segundo os motoristas, a regulamentação imposta pela AMMPLA ultrapassa os limites da razoabilidade e ameaça a sobrevivência de quem depende do transporte por aplicativo como principal fonte de renda.

“Estamos sendo empurrados para a ilegalidade. Além da extensa lista de documentos, somos obrigados a pagar uma taxa de R$ 209,00 para o cadastro e mais R$ 190,00 por um curso especializado. Com tantos custos para manter o carro e a família, essa carga financeira se torna insustentável”, desabafou um dos condutores.

A lista de exigências inclui:

  • CNH com a observação “Exerce Atividade Remunerada”;
  • CRLV atualizado;
  • Certidões negativas de antecedentes criminais (Justiça Estadual e Federal);
  • Comprovação de contribuição ativa junto ao INSS;
  • Certificado de curso especializado;
  • Veículo com no máximo oito anos de uso.

Para a categoria, o conjunto de obrigações transforma a regularização em um obstáculo praticamente intransponível.

Acusações de perseguição e ameaça de novas mobilizações

Os motoristas também acusam a Prefeitura de Petrolina de promover uma “caça às bruxas” contra quem trabalha no transporte por aplicativo. De acordo com relatos, uma recente operação de fiscalização gerou pânico entre os condutores, que receberam prazo de apenas cinco dias para se adequar às novas normas — medida considerada abusiva e impraticável.

A categoria não descarta a possibilidade de seguir em carreata até a sede da Prefeitura Municipal, exigindo a revisão imediata das regras impostas pela AMMPLA e a abertura de um diálogo efetivo com os representantes dos motoristas.