Fala-se muito em democracia. É bonito, rende boas falas em palanque e dá ótimas postagens nas redes sociais. Mas, na prática, é como aquelas placas de “sorria, você está sendo filmado”: todo mundo vê, mas ninguém sabe se funciona.
O que vivemos hoje é a velha e repaginada “lei da mordaça”. Enquanto isso, nossos digníssimos edis preferem o silêncio absoluto quando o assunto é cobrar transparência no uso do dinheiro público. Transparência, ao que parece, é aquela vidraça opaca que só deixa ver o que interessa.
O crime de falar a verdade
Quem ousa pedir clareza nas contas e lutar pelo que a população precisa — saúde que funcione, transporte decente, medicamentos, profissionais que saibam mais que carimbar papel — acaba não só ignorado, mas punido.
O caso do vereador Fernando Angelim é exemplo de manual: não se pune apenas o político que abre a boca, pune-se, por tabela, todo o eleitorado que se atreveu a querer saber como o seu dinheiro é gasto.
Silenciar um é calar todos
Não estão calando Fernando Angelim. Estão calando e desinformando toda a população que banca salários generosos, planos de saúde de primeira, transporte, combustível e até chips de celular para quem trabalha — com muita boa vontade na conta — oito horas por mês.
Enquanto isso, quem paga a conta não tem nada disso. E, quando ousa cobrar, ganha de volta indiferença, mau atendimento e a certeza de que, no jogo do poder, cidadania é só um enfeite de discurso.
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