O secretário de Infraestrutura e vereador licenciado, Ademar Nonato, compareceu à Câmara Municipal, atendendo ao pedido da vereadora Edneuza Lafaiete, para esclarecer os rumores sobre seu possível retorno ao legislativo. Nonato negou veementemente qualquer intenção de reassumir o cargo, afirmando que a prefeita Catarina não fez nenhuma solicitação nesse sentido e que tal possibilidade é “inexequível”.
Durante sua fala, Nonato destacou que não possui interesse na vida política da Câmara, classificando-a como um ambiente com “muita ociosidade”. Ele enfatizou que seu foco principal está na gestão e execução de projetos de infraestrutura, ressaltando a importância do trabalho voluntário da assessora Rose Garziera, que, segundo ele, não possui vínculo empregatício com a prefeitura.
A palavra “ociosidade”, utilizada por Nonato, remete à falta de disposição e empenho de alguns edis em fiscalizar as ações do executivo. Em contraste, o vereador Fernando Angelim foi mencionado como um exemplo de atuação legislativa efetiva na fiscalização e cobrança do uso dos recursos públicos, o que, para Nonato, faria a “ociosidade” perder o destaque no município.
Carreira, visão de mundo e críticas sociais
O secretário compartilhou sua trajetória profissional, afirmando que sempre buscou o crescimento das pessoas que o acompanham. Ele mencionou exemplos de indivíduos que prosperaram profissionalmente após trabalharem ao seu lado, como a empresária Sandra Almeida. Seu discurso ressaltou a importância de assumir riscos e buscar desafios, contrastando com a inação dos “covardes”.
Ademar também abordou a questão financeira na política, declarando que “política não dá dinheiro”. Em sua visão, o caminho para o sucesso financeiro reside no empreendedorismo e no desenvolvimento de conhecimentos em áreas como construção civil, assessoria jurídica e financeira. Ele criticou a atual situação do mercado de trabalho para médicos e enfermeiros, atribuindo-a, em parte, à proliferação de cursos superiores de baixa qualidade, especialmente na modalidade de ensino a distância.
Ele expressou preocupação com a situação da ciência e tecnologia no Brasil, lamentando o fechamento de importantes instituições de pesquisa e o desrespeito a profissionais da área. Fez um paralelo com o contexto internacional, citando a dificuldade de estudantes estrangeiros acessarem universidades renomadas como Harvard.
Em um tom mais descontraído, o secretário criticou o que chamou de “país do ZAP”, referindo-se à cultura de redes sociais e à busca por fama e dinheiro fácil, exemplificando com as perdas financeiras em jogos de azar como o “tigrinho” e a tendência do “bebê reborn”.
Apelos à harmonia e visão de futuro para Lagoa Grande
O secretário utilizou parte de seu tempo para combater as fofocas e as divisões dentro da política local. Ele narrou um incidente em que um vídeo de uma discussão sua com o vereador Fernando foi distorcido para parecer uma briga, pedindo que as pessoas parem de “torcer pelo mal do outro”.
Por fim, Ademar manifestou grande otimismo em relação à gestão da prefeita em Lagoa Grande, descrevendo-a como “fantástica”. Ele enumerou investimentos futuros em infraestrutura, incluindo a construção de duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Vermelho, três creches e a orla de Vermelho, com um investimento total de R$ 10 milhões.
O ex-prefeito Vilmar Cappellaro (MDB) encaminhou para a Câmara de Vereadores, para 2025, um orçamento de R$ 178.000.000,00 (cento e setenta e oito milhões de reais), o qual foi aprovado por unanimidade. Vilmar destacou, durante a transição do cargo, que desse orçamento deixou aprovado e empenhado um aporte financeiro destinado a obras sem deixar nenhuma dívida para o município, da ordem de R$ 37.000.000,00 (trinta e sete milhões de reais), para obras já aprovadas e em andamento, e para serem iniciadas. Dessas obras mencionadas durante o discurso nesta quarta-feira (28). Além disso, foi anunciada à nova gestão a disponibilidade em conta de R$ 34.750.457,00 (trinta e quatro milhões setecentos e cinquenta mil e quatrocentos e cinquenta e sete reais) para dar continuidade aos projetos e realizar os sonhos da população.
O momento requer que o Projeto de Lei (PL) 006/2025, protocolado em 14 de maio de 2025, seja apreciado e aprovado na Câmara de Vereadores para que os vereadores tenham mais liberdade de monitorar como esses recursos estão sendo usados. A sociedade paga e exige transparência na aplicabilidade de seus recursos. Essa é a forma crucial para reduzir riscos de corrupção e favorecimentos indevidos, além de assegurar o uso ético e responsável do dinheiro público.
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