Responsável pela investigação do assassinato do ativista e militante Evandro Krillis, o Delegado Paulo Gondim informou que o crime já tem dois suspeitos, e que a “motivação política” é a principal linha de investigação. O policial é lotado no município de Limoeiro, e responde, também, por Machados, onde a vítima residia. Krillis, mais conhecido como Pastor Evandro, foi executado na área rural de Orobó, cidade vizinha a Machados, às 10h30m da sexta-feira. Pouco antes, os prováveis executores haviam procurado o Pastor em sua casa. Eles estavam em um gol branco, mesmo veículo utilizado para o assassinato. Viajavam com a vítima, a sua mulher, Jucélia, e a filha do casal, de sete anos. “Ele sabia que estava em risco, pois vivia recebendo ameaças. Inclusive já tinha feito registro nesse sentido na Polícia”, afirmou ,por telefone,o policial ao JC nas Ruas.

De acordo com o delegado, o Pastor Evandro acusava irregularidades na Prefeitura, e já havia inclusive encaminhado denúncias sobre licitações viciadas ao Ministério Público, Tribunal de Contas e Polícia Federal. “Inclusive havia pedido a amigos que cuidassem da família dele, já que ele veio do Rio Grande do Norte e a mulher é da Paraíba”, lembrou o delegado. O policial já ouviu cinco pessoas, a entre vizinhos da vítima e a viúva Jucélia, que assistiu ao crime. “Ela fez questão de depor, mesmo em estado de choque”, disse o policial. Evandro Krillis, mais conhecido como Pastor Evandro, foi assassinado na última sexta-feira, no município de Orobó, localizado a 118 quilômetros do Recife. O crime ocorreu na área rural, para onde a família se deslocava, para fazer o pagamento do bolo que havia sido encomendando, para a festa de aniversário da menina. A festinha seria no sábado. O Diretório Regional do PT divulgou uma nota, exigindo “do Governo de Pernambuco agilidade e rigor na apuração do crime”. Diz ainda confiar que a "investigação iniciada pela Polícia Civil reúna todos os esforços necessários para solucionar o caso, e prender os responsáveis por tirar a vida de um pai de família, cidadão e militante político”.

Na nota, assinada pela Presidente, Tereza Leitão, em nome do partido, a Deputada apresenta “sua mais profunda consternação com o assassinato”. E afirma que o crime assume “característica de execução por motivações que desconhecemos, pois a atuação do Pastor Evandro era respeitada pelos meios políticos e sociais do município de Machados”. E acrescenta: “Esse tipo de crime se constitui em uma das maiores ameaças à democracia e aos direitos humanos”. De acordo com amigos de Evandro, ouvidos pelo JC nas Ruas, ele tinha perfil combativo, semelhante ao de Manoel Mattos, advogado que lutava em defesa dos direitos humanos, e que também foi assassinado, depois de denunciar ação de grupos de extermínio na Zona da Mata Norte. Mattos foi executado em 2009, o crime teve repercussão internacional, e o processo terminou sendo federalizado. Foi o primeiro caso de júri federalizado no país, para vítima que defendia direitos humanos. Já o Pastor foi um dos principais colaboradores da campanha de Argemiro Pimentel, Prefeito de Machados, e que disputou o cargo pelo PT, partido do qual foi expulso posteriormente. De acordo com amigos da vítima, ele foi abordado por dois homens em um gol barnco, na área rural de Orobó, cujos ocupantes se diziam policiais. Dispararam tiros e o assassinaram, com pistola.40. de uso exclusivo da Polícia Militar. A mulher pediu que fosse poupada, aos gritos. Ela foi liberada com a criança.