A Polícia Civil em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, realiza uma nova paralisação nesta quarta-feira (8). A mobilização de 24 horas foi aprovada em assembleia e faz parte do calendário de reivindicação da categoria. Esta é a quinta paralisação realizada em 2015. Apenas serviços de flagrantes estão sendo realizados. Na ocasião, o sindicato reforça a denúncia de que pedaços de corpos do jogados na rede comum de esgoto da cidade.

O Instituto Médico Legal (IML) também está com os trabalhos suspensos. Além dele, também estão paralisados os serviços no Instituto de Criminalística (IC), Expresso Cidadão, e as demais delegacias, exceto a do bairro Ouro Preto. De acordo com o diretor de planejamento do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Roseno Neto, agressões contra a mulher, que foi prioridade em paralisações passadas, serão atendidas apenas em casos de flagrante. “Registro de queixa, laudo e expedição de documento de identidade não funcionarão hoje. Somente serviços essenciais”, disse.

Segundo o represente sindical, as reivindicações são aumento do efetivo, isonomia com a gratificação de risco de vida dos delegados, que é de 225%, revisão da inflação e do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos, além da elevação dos peritos papiloscopistas ao quadro técnico de polícia.
Nós estamos precisando de oito delegados, 60 agentes, 20 escrivães, oito peritos criminais, 10 auxiliares de perito, 10 auxiliares de legista, cinco peritos papiloscopistas. Estamos trabalhando no nosso limite”, afirmou Roseno Neto.
O representante da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Daniel Moreira, explica que com a entrega do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES), parte do efetivo foi deslocado para os plantões, o que tem prejudicado o trabalho das delegacias. “Como os policiais resolveram entregar este PJES, o estado virou um caos. O efetivo está direcionado para os plantões. A Delegacia de Homicídio, que só tinha uma delegada e foi para o plantão, está com todas as investigações paradas”, afirmou Moreira. Atualmente o município dispõe de nove delegados.

O sindicalista destaca que não está havendo negociação. “Se o governo não negociar, tendemos a caminhar para uma greve por tempo indeterminado”, disse. Ainda não há data definida para uma nova assembleia da categoria em Recife.

Pedaços de corpos na rede de esgoto

O representante do Sinpol reforçou a denúncia de que pedaços de corpo humanos necropsiados no IML de Petrolina vão para a rede comum de esgoto. “O IML tem que ter uma captação de esgoto própria. Mas em Petrolina, o sangue, os pedaços de massa encefálica e as vísceras caem na rede de esgoto da cidade”, denunciou.

Segundo o representante sindical, a denúncia foi entregue em um dossiê ao Ministério Público e à Vigilância Sanitária no mês de abril. “Pedimos a interdição do IML, mas até agora não tivemos resposta”, disse.
 
G1 Petrolina Sertão